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Franz Uri Boas
Franz Boas
Nascimento 9 de julho de 1858
Minden, Vestfália, Alemanha[1]
Morte 21 de dezembro de 1942 (84 anos)
Nova York, EUA
Nacionalidade alemã
Progenitores Mãe: Sophie Meyer Boas (1828–1916)
Pai: Meier Boas (1823–1899)
Cônjuge Marie Krackowizer Boas (1861–1929)
Filho(a)(s)
  • Helene Boas Yampolsky (1888–1963)
  • Ernst Philip Boas (1891–1955)
  • Hedwig Boas (1893/94)
  • Gertrud Boas (1897–1924)
  • Henry Herbert Donaldson Boas (1899–1925)
  • Marie Franziska Boas (1902–1987)
Alma mater Ph.D. em Física, Universidade de Kiel (1881)
Ocupação antropólogo
Empregador(a) Universidade Columbia
Cargo professor de Antropologia
Assinatura
Página oficial
http://www.franz-boas.com

Franz Uri Boas (Minden, 9 de julho de 1858Nova Iorque, 21 de dezembro de 1942) foi um antropólogo teuto-americano,um dos pioneiros da antropologia moderna que tem sido chamado de "Pai da Antropologia Americana".[2][3]

Estudando na Alemanha, Boas foi premiado com um doutorado em 1881 em física, enquanto estudava geografia. Em seguida, participou de uma expedição geográfica ao norte do Canadá de 1883 a 1884, onde ficou fascinado com a cultura e a língua da ilha de Baffin se tornando o primeiro estudioso a envolver-se em trabalho de campo prolongado com o Inuits.[4] Em 1887 emigrou para os Estados Unidos, onde trabalhou pela primeira vez como um curador do museu no Smithsonian, e em 1899 tornou-se professor de antropologia da Universidade Columbia, onde permaneceu pelo resto de sua carreira. Através de seus alunos,muitos dos quais passaram a manter departamentos de antropologia e programas de pesquisa inspirados por seu mentor,Boas influenciou profundamente o desenvolvimento da antropologia norte-americana. Entre seus alunos mais significativos estão A. L. Kroeber, Ruth Benedict, Edward Sapir, Margaret Mead, Zora Neale Hurston e Gilberto Freyre.[5]

Vida

Em 1892, tornou-se professor de antropologia na Universidade Clark, em Worcester. Em 1896, foi indicado curador assistente de Etnologia e Somatologia do Museu Americano de História Natural. No mesmo ano, foi nomeado leitor de Antropologia Física da Universidade Columbia, e promovido a professor de Antropologia em 1899. Na época, os vários antropólogos que lecionavam em Columbia distribuíam-se por diferentes departamentos. Quando deixou o Museu de História Natural, Boas negociou com a universidade a reunião desses vários professores em um único departamento, do qual ele próprio seria o responsável. O programa de PhD em antropologia da Universidade Columbia, criado por Boas, seria o primeiro da América.[carece de fontessource: https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Franz_Boas&printable=yes]

Em 21 de dezembro de 1942, Boas faleceu aos 84 anos de idade, nos braços de seu ex-discípulo Claude Lévi-Strauss. Tornara-se, à altura, um dos mais influentes e respeitados cientistas de sua geração.[6][7][8]

Contribuição teórica

Na época de Boas, a antropologia era marcada pela ideia de que raça e cultura, e raça e linguagem, constituíam fenômenos interdependentes. A cultura era conceituada como resultado do pensamento racional do homem, manifesto em diferentes graus, dentro de uma escala evolucionista. Encarava-se a história cultural como processo unilinear e universal, cujas expressões peculiares a cada sociedade, em dado momento, refletiam o seu estado de desenvolvimento.[carece de fontes?]

Boas criticou não o princípio da evolução do desenvolvimento histórico, que considerava válido, mas a ortogênese (modificação individual, proveniente de causa interna, que sofre um organismo vivo, sem que entre em jogo a adaptação) que dominava o pensamento científico da época.[carece de fontes?]

Franz Boas mostrou que as culturas humanas não percorrem o continuum simples-complexo, pretendido pelas teorias ortogenéticas, mas que existem diferentes desenvolvimentos históricos, resultantes de diferentes processos em que intervieram inúmeros fatores e acontecimentos, culturais e não culturais.[carece de fontes?]

A obra de Boas, ao estabelecer a autonomia relativa do fenômeno cultural, desvinculou-se do rígido determinismo em face do meio ambiente e das características biológicas dos componentes das diversas sociedades. Adicionando contribuição tão valiosa à causa do antirracismo, escreveu trabalhos sobre raça e sobre a situação do negro nos Estados Unidos, além de estimular pesquisas semelhantes em várias partes do mundo.[carece de fontes?]

Linguística e etnologia

No campo da linguística, preocupou-se de início com a compreensão do desenvolvimento histórico das línguas e do papel por elas desempenhado na cultura e no pensamento humano.[carece de fontes?]

Ao dedicar-se ao estudo das línguas ágrafas dos grupos tribais norte-americanos, rompeu com a herança histórica dos neogramáticos, utilizando uma abordagem empiricista que consistia em descrever e analisar cada língua em seus próprios termos, a partir do conceito de "forma íntima", adotado de Heymann Steinthal.[carece de fontes?]

Sua preocupação em comparar a forma íntima de línguas diferentes conduziu-o aos relacionamentos linguagem-pensamento e linguagem-cultura, através dos quais tentou entender como ocorria, em diferentes sociedades, a relação entre a realidade concreta e a idealização do mundo internalizada por seus componentes.[carece de fontes?]

Encarando o fenômeno linguístico como parte do fenômeno etnológico, Boas descobriu que entre as línguas indígenas americanas haviam ocorrido empréstimos léxicos, fonéticos e morfológicos, e que, portanto, as línguas se podem desenvolver tanto por convergência de diversas fontes, como por divergência, a partir de uma origem comum.[carece de fontes?]

Como professor, a influência de Boas foi clara sobre muitos antropólogos e linguistas famosos, como Edward Sapir, Ruth Benedict, Margaret Mead e outros.[carece de fontes?]

Franz Boas acrescentou novas dimensões à compreensão do relacionamento homem-meio-cultura-sociedade, encaminhando a integração pretendida pela moderna.[carece de fontes?]

Referências

  1. «further information about the commemoration of the 150th anniversary of Boas's birth at Minden e. g. an exposition, a scientific meeting, a theatre play, a special medal, an edition of the diary of Wilhelm Weike, Boas´ servant on Baffin Island» 
  2. Holloway, M. (1997), The Paradoxical Legacy of Franz Boas—father of American anthropology. Natural History. Arquivado em 2012-07-10 na Archive.today Novembro de 1997
  3. Lívia Barbosa (1999). Igualdade e meritocracia: a ética do desempenho nas sociedades modernas. FGV Editora. p. 170. ISBN 978-85-225-0294-3.
  4. John Steckley (2008). White Lies about the Inuit. University of Toronto Press. p. 32. ISBN 978-1-55111-875-8.
  5. Jerry D. Moore (24 May 2012). Visions of Culture: An Introduction to Anthropological Theories and Theorists. Rowman Altamira. pp. 33 – 46. ISBN 978-0-7591-2219-2.
  6. Totems and teachers: key figures in the history of anthropology, Sydel Silverman, Rowman Altamira, 2004 p 16
  7. Anthropology in the Ironic Mode: The Work of Franz Boas, Arnold Krupat and Franz Boas, Social Text No. 19/20 (Autumn, 1988), pp. 105–118
  8. McVICKER, D. (1989), Parallels and Rivalries: Encounters Between Boas and Starr. Curator: The Museum Journal, 32: 212–228

Obras em português

  • 1938, A Mente do Ser Primitivo, RJ, Vozes, 2010 (Original em inglês no Internet Archive)
  • MOURA, Margarida Maria. “Nascimento da antropologia cultural: a obra de Franz Boas." São Paulo: Ed. Hucitec, 2004.
Textos selecionados
  • Stocking Jr., George W. (org.) Franz Boas: a formação da antropologia americana 1883-1911. RJ Contraponto/ Editora UFRJ, 2004
  • Castro, Celso. (org.) Antropologia cultural / Franz Boas. RJ, Zahar, 2010
Em espanhol
  • Franz Boas: textos de antropología, Editorial Centro de Estúdios Ramón Areces, Madrid, 2008,
  • "The Relation of Darwin to Anthropology" («La relación de Darwin y la antropología») notes for a lecture; Boas papers (B/B61.5) American Philosophical Society, Philadelphia. Published on line with Herbert Lewis 2001b.
  • 1911, The Mind of Primitive Man (La mente del hombre primitivo)
  • 1928, Anthropology and Modern Life (Antropología y vida moderna) (2004 ed.)
  • 1940, Race, Language, and Culture (La raza, el lenguaje y la cultura)
  • 1947, El Arte Primitivo

Ligações externas

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