The US FDA’s proposed rule on laboratory-developed tests: Impacts on clinical laboratory testing
Conteúdo
O Bofe | |||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|
Informação geral | |||||||
Formato | Telenovela | ||||||
Gênero | Comédia romântica Comédia dramática Tragicomédia Realismo mágico Humor absurdo Surrealismo Nonsense | ||||||
Duração | 50 minutos | ||||||
Criador(es) | Bráulio Pedroso[1][2] | ||||||
Elenco | |||||||
País de origem | Brasil | ||||||
Idioma original | (em português) | ||||||
Episódios | 143[2][3] | ||||||
Produção | |||||||
Diretor(es) | Daniel Filho[2] Lima Duarte[2] | ||||||
Tema de abertura | "O Bofe" - Osmar Milito e Quarteto Forma[4][5] | ||||||
Tema de encerramento | "O Bofe" - Osmar Milito e Quarteto Forma[4][5] | ||||||
Exibição | |||||||
Emissora original | TV Globo | ||||||
Formato de exibição | Preto e branco (480i) | ||||||
Transmissão original | 17 de julho de 1972[3] - 23 de janeiro de 1973[3] | ||||||
Cronologia | |||||||
| |||||||
Programas relacionados | Beto Rockfeller Super Plá O Cafona |
O Bofe é uma telenovela brasileira produzida pela TV Globo e exibida de 17 de julho de 1972 a 23 de janeiro de 1973, em 143 capítulos,[2][3] substituindo Bandeira 2 e sendo substituída por O Bem-Amado. Foi a 16ª "novela das dez" exibida pela emissora.
Escrita por Bráulio Pedroso e dirigida por Daniel Filho e Lima Duarte,[2] foi a última novela produzida em preto-e-branco no horário.[1]
Teve Jardel Filho, Cláudio Marzo, Betty Faria, José Wilker, Cláudio Cavalcanti, Ilka Soares, Eloísa Mafalda, Paulo Gonçalves, Susana Vieira, Nilson Condé, Renée de Vielmond, Zilka Salaberry e Ziembinski nos papéis principais.
Sinopse
A trama apresentava vários personagens e tipos caricatos e excêntricos que lutam por ascensão social e, em contato uns com os outros, transformavam a novela numa imensa crônica social:
Guiomar, uma bela viúva suburbana, era uma mulher tão insegura que saía de peruca loira para procurar emprego em Copacabana. Extremamente sensível, Guiomar vivia com a mãe, a velha polaca Stanislava Grotowiska, que se embebedava de xarope e sonhava com um príncipe trapezista.[6][7]
Dorival e Demetrius são mecânicos. Grandes amigos e parceiros na oficina de Sérgio Marreta no subúrbio, os dois são perfeitas encarnações da gíria “bofe”: broncos, mal-educados e com uma queda para a pilantragem. Nos finais de semana, Dorival se veste impecavelmente, com terno e gravata, para impressionar as moças ricas, que tenta conquistar nos seus passeios pela Zona Sul. Num desses passeios, acaba impressionando e se apaixonando por Guiomar, julgando-a rica. Já Demetrius, conhecido como O Grego, é especialista em reformar carros destruídos para revendê-los como novos. Seu “talento” é recompensado quando ele é descoberto pelo marchand Bianco e se torna famoso como artista plástico.[6]
Bandeira, personificação da crítica ao mundo de aparências e aos falsos artistas, é um hippie subversivo e decorador de interiores. Arranca dinheiro dos ricos deslumbrados que buscam o que há de mais moderno e "artístico" em decoração. O decorador aplica no apartamento dos clientes o seu peculiar estilo, que consiste em destruir a mobília e pintar, toscamente, as paredes de preto-e-branco.[6]
Outro personagem é Manoel Carlos, conhecido como Maneco, herdeiro da abastada tia Carlota. Para apressar a morte da tia e se apoderar da fortuna, Maneco conta com a ajuda do amigo Bandeira para arquitetar várias armadilhas contra a velha que sempre escapa ilesa na última hora.
Carlota é uma senhora simpática, abnegada e extremamente religiosa que era apaixonada pelo Padre Inocêncio, na verdade outro picareta de olho na sua fortuna.[7] O único personagem disposto a ajudar Tia Carlota é o Dr. Paulo Munhoz, médico da senhora que não aceitou ser comprado por Maneco e Bandeira.
Suzana Leopoldina era uma nova-rica noiva do francês Sávio Chatellié e que fazia de tudo para se adequar à alta sociedade. Dublê de socialite, era conhecida pela seu comportamento cafona e espevitado. Fazia parte do júri no programa Buzina do Chacrinha.
Gonzaguinha era uma grotesca macumbeira, que lembrava uma desajeitada bruxa.[7] Na verdade, uma maneira imoral que encontrou para ganhar dinheiro. Vivia com os três filhos: o sedutor Caíto que, para enriquecer, queria dar o golpe do baú na rica e mimada Débora, filha do falido empresário José Pistola e da dondoca Consuelo, casal que faz de tudo para manter a alta posição social; a caçula Sandra, menina esperta e companheira da mãe na imoralidade; e Marilene, o oposto de todos: simples e extremamente honesta. Vendedora de livros e melhor amiga de Guiomar, Marilene era apaixonada por Demetrius, mas vivia em atrito com ele constantemente.
Produção
O Bofe é uma comédia que debocha dos conflitos entre a classe média do subúrbio e a alta sociedade da Zona Sul do Rio de Janeiro. A novela é repleta de personagens excêntricos com comportamento insensato, no limite da caricatura, quase todos empenhados em ascender social e financeiramente, chegando a situações que beiram o absurdo. O tom crítico e sarcástico da história já ficava evidente nas chamadas que antecederam a estreia: “O Bofe: uma sátira de Bráulio Pedroso ao nosso meio ambiente, contra a poluição social”.[6]
A palavra "bofe" era gíria da época que designava homem feio ou desengonçado, mesma caracterização dos mecânicos Dorival e Demetrius, interpretados por Jardel Filho e Cláudio Marzo, respectivamente. Há alguns anos, a gíria passou a ser utilizada pelas comunidades gays e pelo público feminino com denotação contrária: homem atraente, másculo e bonito.[8]
Foi a primeira e última telenovela dirigida por Lima Duarte na Rede Globo. Já tinha tido a experiência com o sucesso Beto Rockfeller (1968), na Tupi, dentre outras novelas.
Bráulio Pedroso precisou se afastar da novela por conta de uma hepatite e foi substituído pelo estreante Lauro César Muniz, que havia sido contratado pela TV Globo para escrever o seriado Shazan, Xerife e Cia O novo autor procurou manter o tom irônico do texto, mas em uma linha menos fantasiosa, a fim de reforçar a identidade do público com os personagens, já que a novela não ia bem em termos de audiência. Mesmo ganhando um viés mais realista, a novela manteve seu apelo fantástico no capítulo final, que teve três desfechos diferentes, dando ao telespectador a oportunidade de escolher o seu favorito. A última cena reuniu todos os personagens da novela, vivos e mortos.[3]
José Wilker, inconformado com a saída de Bráulio Pedroso, pediu para deixar o elenco da telenovela.[8] Autor e diretores se reuniram a fim de discutir um final coerente ao personagem de Wilker, optando pela morte dele. E assim se fez: Bandeira, seu personagem, ao ouvir uma piada do amigo Maneco, morreu de tanto rir![9].
Daniel Filho narra em seu livro Antes que me Esqueçam:
“ | Nós dedicávamos o horário das dez da noite às experiências, modificações, ousadias. A novela não foi bem de público. Na verdade, não foi bem recebida, não tinha popularidade. Mas nós gostávamos muito dela. Para mim, O Bofe foi um fracasso. Eu gostava, mas não deu certo | ” |
— Daniel Filho, no livro Antes que me Esqueçam[9] |
O Bofe marcou a estreia de José Lewgoy,[3] Marilu Bueno e Jorge Dória na TV Globo.
Stanislava Grotowiska, brilhantemente interpretada por Ziembinski, foi a primeira personagem travestida da história da telenovela brasileira, uma ideia do próprio ator.[8][9].
Cláudio Marzo, pela primeira vez, deixou de interpretar um galã para encarnar a caótica figura do artista plástico Demetrius, um desiludido, com uma imensa barba e um jeito sujo de ser - embora um elemento poético da história, citando trechos de poesias de Mário de Sá Carneiro.[8]
Suzana Leopoldina, a personagem de Ilka Soares, foi inspirada na socialite Sílvia Amélia de Waldner.[3]
No papel de Inocêncio, um picareta, o ator Paulo Gonçalves dava um golpe fazendo passar-se por padre. Quando a Censura percebeu a "jogada" (depois de todo mundo), obrigaram o autor a manter o personagem como padre, punindo-o devidamente no final.[8]
A trilha sonora da novela foi toda composta pela dupla Roberto Carlos e Erasmo Carlos.[5]
Todos os capítulos de O Bofe foram perdidos no incêndio ocorrido nos estúdios da TV Globo no Rio de Janeiro, em 1976, restando apenas chamadas de estreia e fotos de bastidores.[carece de fontes]
Elenco
Ator[10][11] | Personagem[10][11] |
---|---|
Jardel Filho | Dorival |
Cláudio Marzo | Demetrius (Grego) |
Betty Faria | Guiomar |
Ziembinski | Stanislava Grotowiska |
Zilka Salaberry | Carlota Vidigal |
José Wilker | Bandeira |
Cláudio Cavalcanti | Manoel Carlos Vidigal (Maneco) |
Ilka Soares | Suzana Leopoldina |
Eloísa Mafalda | Gonzaguinha |
Paulo Gonçalves | Padre Inocêncio |
Susana Vieira | Marilene |
Edson França | Bianco |
Nilson Condé | Caíto |
Renée de Vielmond | Débora Pistola |
Milton Moraes | Sérgio Marreta |
Paulo Villaça | Dr. Paulo Munhoz |
Elizângela | Sandra |
Jorge Dória | José Pistola |
Miriam Pires | Consuelo Pistola |
Antônio Pedro | Pedro (Pedroca / Pedrão) |
Marilu Bueno | Margarida (Margot) |
José Lewgoy | Barão Sávio Chatellié |
Darlene Glória | Wilma |
Vera Manhães | Marta (Martinha) |
Betty Saddy | Juliana |
Juan Daniel | Palhaço Popó |
Geraldo Carbutti | Sacristão Sávio |
Ana Maria Magalhães | Vilma |
Participações especiais
Walter Stuart | Signore Gino |
Antônio Victor | Frei Francisco |
Márcia Rodrigues | Kátia |
Felipe Wagner | Santelmo |
Trilha Sonora
O Bofe - Nacional | |
---|---|
Trilha sonora de Vários intérpretes | |
Lançamento | 1972 |
Gênero(s) | Vários |
Formato(s) | Vinil |
Gravadora(s) | Som Livre |
Produção | João Araújo[4] Eustáquio Sena[4] |
Capa: Logotipo da Novela com Jardel Filho, Ilka Soares e Cláudio Marzo em miniatura
- Fala, Dorival - Renata & Flávio
- Instantes - Jacks Wu
- Rainha da Roda - Elza Soares
- Porcelana, Vidro e Louça - Osmar Milito
- Madame Sabe Tudo - Erasmo Carlos
- O Bofe - Osmar Milito e Quarteto Forma
- Perdido no Mundo - Eustáquio Sena
- Quem Mandou - Djalma Dias
- Só de Brincadeira - Maria Creuza
- Moço - Betinho
- Grego Só - Os Vips
- Mapa do Tesouro - Cláudio Faissal
O Bofe - Internacional | |
---|---|
Trilha sonora de Vários intérpretes | |
Lançamento | 1972 |
Gênero(s) | Vários |
Formato(s) | Vinil |
Gravadora(s) | Som Livre |
Produção | João Araújo[4] Eustáquio Sena[4] |
Capa: Logotipo da Novela com Jardel Filho, Ilka Soares e Cláudio Marzo em miniatura
- Alone Again (Naturally) - Excelsior
- Rocket Man - Elton John
- Arabian Melody - Pop Concert Orchestra
- Baby Let Me Take You - Detroit Emeralds
- Your Wonderful Sweet Sweet Love - The Supremes
- Sweet Concert - Free Sound Orchestra
- Summer Concert - Alain Patrick
- Waitin' Line - Spider's Gang
- I'll Be Here - Jim Sullivan
- Precious Little Things - The Supremes
- It's Gonna Take a Miracle - Honey & The Bees
- Love Song - The Jackson Five
- MacArthur Park - Dionne Warwick
Referências
- ↑ a b «Bráulio Pedroso - Teledramaturgia». Memória Globo. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ a b c d e f «O Bofe - Teledramaturgia». Teledramaturgia. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ a b c d e f g «O Bofe - Curiosidades». Memória Globo. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ a b c d e f g h «O Bofe - Trilha Sonora». Teledramaturgia. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ a b c d e «Trilha Sonora de 'O Bofe'». Memória Globo. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ a b c d «O Bofe - Tramas». Memória Globo. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ a b c «O Bofe - Sinopse». Memória Globo. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ a b c d e «O Bofe - Bastidores». Teledramaturgia. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ a b c Thell de Castro (4 de outubro de 2020). «Há 48 anos, em plena ditadura, famoso ator viveu mulher em novela da Globo». TV História. Consultado em 24 de novembro de 2021
- ↑ a b «Ficha Técnica». Memória Globo. Consultado em 3 de março de 2014
- ↑ a b «O Bofe - Elenco». Teledramaturgia. Consultado em 3 de março de 2014