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Nota: se procura outros significados para "sequência", consulte a página de desambiguação: Sequência
Stabat Mater.
Século XIX. Autor desconhecido. Parte de uma Via Sacra na Capela Senhor dos Passos da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, Brasil.

Sequentia (plural: sequentiae), ou em português sequência, é um canto do próprio da missa[1] na liturgia da Igreja Católica. É um canto gregoriano com texto autoral, diferente da grande maioria do repertório gregoriano que tem seus textos retirados da Bíblia, principalmente do Salmos. Foi bastante utilizado, mas hoje é usado em ocasiões mais raras.[2]

História

Este gênero de canto apareceu em meados do século IX desenvolvido de melodias já existentes. Melodias que eram orginalmente repetidos dos cantos aleluiáticos. Diferente destes, a sequencia era um canto silábico. Ou seja, não utilizava de melismas, mas sim uma nota para cada sílaba. E eram textos que utilizavam muitas rimas.[2]

Teve sua origem na poesia latina clássica, e como forma específica derivou dos hinos paleocristãos, que alteraram o ritmo dos versos clássicos para serem mais facilmente cantados. A forma só foi fixada com o trabalho de Notker, o Gago, no século X, que popularizou-a publicando uma coletânea.[3]

Sendo muito populares foram compostas por volta de cinco mil sequencias. Em 1563, no Concílio de Trento esse número foi drasticamente reduzido à quatro e posteriormente, no século XVII, introduziu-se mais uma. E atualmente apenas duas são obrigatórias, Victimae paschali laudes e Veni sancte Spiritus nos dias prescritos. Lauda Sion e Stabat Mater passaram a ser facultativas e Dies irae não faz mais parte da liturgia dos defuntos.[2][4]

Execução

Por muitos séculos foi cantado antes da leitura do Evangelho, mas com a reforma da liturgia católica em 1970 a sequentia foi levada para antes do Alleluia.

Outro elemento transformador veio da prática de se prolongar, no canto gregoriano, a última vogal da palavra Aleluia, criando-se longos melismas para dar tempo de o celebrante subir do altar para o púlpito. Este melisma se chamava jubilus, jubilatio ou laudes, por causa de seu caráter de exaltação. Também se lhe deu o nome de sequentia por que seguir-se ao Aleluia. A contribuição de Notke foi inserir um texto extra a esse melisma prolongado, e assim foi consolidada a forma. Ao longo do tempo as sequentiae foram adotadas largamente ou suprimidas, conforme as sucessivas reformas da liturgia.

Utilização na Missa

Sequência Dies Irae para Missa Réquiem em notação gregoriana

Na música erudita

Os textos e melodias das sequencias também foram vastamente utilizados por compositores eruditos em suas composições de missas. Exemplos:

Ver também

Referências

  1. Pode-se dividir as os cantos da missa em dois grupos. O ordinário da missa, onde terão sempre o mesmo texto. São eles Kyrie eleisson, Glória, Credo, Sactus e Agnus Dei. E o próprio da missa, que terá um texto especifico para cada dia especifico. São eles Canto de entrada (Introito), Oração do dia (coleta), Aleluia, Sequencia, ofertório e comunhão).
  2. a b c Seiça, Alberto Medina de (2012). Introdução ao Canto Gregoriano. Coimbra: [s.n.] p. 121 
  3. Sequentia na Catholic Encyclopedia
  4. «Liturgia da Palavra» (PDF). Instrução Geral do Missal Romano. 2009. Consultado em 17 de junho de 2021. 40. As sequências não são obrigatórias, excepto nos dias da Páscoa e do Pentecostes 
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