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Oborzos
Oborzos
Dracma de Oborzos da casa da moeda de Persépolis
Frataraca de Pérsis
Reinado 205 (?) – 164 a.C.
Antecessor(a) Artaxerxes I
Sucessor(a) Bagadates
Morte 164 a.C.
Religião Zoroastrismo

Oborzos (em parta: Wahbarz; Vahbarz) foi uma dinasta (frataraca) de Pérsis na primeira metade do século II a.C., governando possivelmente a partir de c. 205 a 164 a.C.. Seu reinado foi marcado por seus esforços para estabelecer Pérsis como um reino independente da autoridade do Império Selêucida. Foi capaz de reinar independentemente por três décadas, e até se expandiu para o oeste, tomando a província selêucida de Caracena. Em 164 a.C., os selêucidas repeliram as forças de Oborzos de Caracena, forçando-o a se apresentar novamente como vassalo selêucida. Foi sucedido por Bagadates.

Antecedentes

Desde o final do III ou início do século II a.C., Pérsis tinha sido governada por dinastas locais sujeitas ao Império Selêucida.[1] Detinham o antigo título persa de frataraca ("líder, governador, precursor"), que também é atestado no Império Aquemênida. O Império Aquemênida, que um século antes governava a maior parte do Oriente Próximo, originou-se da região. Os próprios frataracas enfatizaram sua estreita afiliação com o proeminente xainxás aquemênidas, e sua corte provavelmente estava na antiga capital de Persépolis, onde financiaram projetos de construção no planalto aquemênida e perto dele. Os frataracas eram tradicionalmente considerados como dinastas sacerdotais ou defensores da oposição religiosa (e política) ao helenismo, no entanto, isso não é mais considerado o caso.[2]

Cronologia dos frataracas

A visão tradicional da cronologia das dinastias frataracas era originalmente: Bagadates, Artaxerxes I, Oborzos, Autofradates I e Autofradates II. No entanto, descobertas recentes de moedas de Pérsis levaram a uma cronologia mais provável: Artaxerxes I, Oborzos, Bagadates, Autofradates I e Autofradates II.[3][4]

Reinado

Dracma de Oborzos mostrando no reverso um rei aquemênida matando um soldado armado, possivelmente grego ou macedônio[5]

Oborzos tornou-se o rei de Pérsis em algum momento da primeira metade do século II a.C., possivelmente em c. 205 a.C..[6] É geralmente identificado com o Oborzos, que, de acordo com o autor macedônio contemporâneo Polieno, estava encarregado de três mil colonos militares gregos (katoikoi), que havia executado em um lugar chamado Comasto por suspeitar que organizassem uma rebelião contra ele. Esta é considerada a primeira tentativa de um frataraca de se separar do governo selêucida.[7] Moedas foram cunhadas celebrando a morte dos katoikoi, com Obarzos sendo retratado em roupas aquemênidas matando um inimigo grego. A inscrição da moeda era "Obarzos foi/pode ser vitorioso, (ele) que (é) o comandante [o carano (κἀρανος)]".[8] Isso provavelmente ocorreu entre 205 e 190/89 a.C., presumivelmente após a derrota selêucida à República Romana na Batalha das Termópilas em 191 a.C..[9] Antes dessa derrota, o Império Selêucida tinha sob seu rei Antíoco III (r. 222–187 a.C.) conseguindo várias vitórias militares e expandido substancialmente o território do império tanto no leste quanto no oeste, proporcionando assim a Obarzos poucas circunstâncias favoráveis ​​​​para aproveitar breve fraqueza selêucida e o risco de perder seu reino.[10]

Após a morte de Antíoco III em 187 a.C., no entanto, o domínio selêucida enfraqueceu em suas províncias do sul, o que permitiu que Pérsis não apenas declarasse independência, mas também se expandisse sobre a região de Caracena, nomeando Sagadodonaco como seu governador.[11] A data precisa da conquista de Caracena e da nomeação de Sagadodonaco é desconhecida. Pode ter sido no verão de 184 a.C., quando a autoridade selêucida sobre suas províncias do sul parece ter sido ainda mais enfraquecida. Foi presumivelmente durante este período que Obarzos adotou o título de carano (o equivalente grego sendo autocrator), que era um título carregado por proeminentes líderes militares aquemênidas, como Ciro, o Jovem.[12][13]

Em 164 a.C., durante o reinado de Antíoco IV (r. 175–164), a autoridade selêucida foi restabelecida sobre Pérsis e Caracena.[11] A expedição foi liderada pelo general selêucida Numênio, que substituiu Sagadodonaco como governador.[14] Isso indica que Obarzos governou três décadas como governante independente, o que torna a cronologia dos governantes pérsidas sugerida por Wiesehofer menos válida. O destino de Obarzos após a reconquista selêucida é contestado; pode ter se resubmetido aos selêucidas antes que continuassem sua expedição em Pérsis, e assim foi permitido continuar a governar como vassalo selêucida mais uma vez.[6] Independentemente disso, foi aparentemente sucedido por Bagadates no mesmo ano.[15]

Referências

  1. Wiesehöfer 2009.
  2. Wiesehöfer 2000, p. 195.
  3. Shayegan 2011, p. 168 (nota #521).
  4. Wiesehöfer 2013, p. 722.
  5. Engels 2018, p. 173–196.
  6. a b Shayegan 2011, p. 177.
  7. Shayegan 2011, p. 169.
  8. Shayegan 2011, p. 170.
  9. Shayegan 2011, p. 171–172.
  10. Shayegan 2011, p. 172.
  11. a b Shayegan 2011, p. 161.
  12. Shayegan 2011, p. 176.
  13. Shahbazi 1986, p. 525.
  14. Shayegan 2011, p. 168.
  15. Shayegan 2011, p. 178.

Bibliografia

  • Engels, David (2018). «Iranian Identity and Seleucid Allegiance; Vahbarz, the Frataraka and Early Arsacid Coinage». In: Erickson, K. The Seleukid Empire, 281-222 BC. War within the Family. Swansea: Classical Press of Wales. pp. 173–196 
  • Shayegan, M. Rahim (2011). Arsacids and Sasanians: Political Ideology in Post-Hellenistic and Late Antique Persia. Cambrígia: Imprensa da Universidade de Cambrígia. pp. 1–539. ISBN 9780521766418 
  • Shahbazi, A. (1986). «Arsacids i. Origins». Enciclopédia Irânica, Vol. II, Fasc. 5. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia 
  • Wiesehöfer, Joseph (2000). «Frataraka». Enciclopédia Irânica, Vol. X, Fasc. 2. Nova Iorque: Imprensada Universidade de Colúmbia 
  • Wiesehöfer, Joseph (2009). «Persis, Kings of». Enciclopédia Irânica. Nova Iorque: Imprensa da Universidade de Colúmbia 
  • Wiesehöfer, Josef (2013). «Fratarakā and Seleucids». In: Potts, Daniel T. The Oxford Handbook of Ancient Iran. Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia. pp. 728–751. ISBN 9780190668662