Knowledge Base Wiki

Search for LIMS content across all our Wiki Knowledge Bases.

Type a search term to find related articles by LIMS subject matter experts gathered from the most trusted and dynamic collaboration tools in the laboratory informatics industry.

Vários condritos carbonáceos. Da esquerda para a direita: Allende (CV), Tagish Lake (CI), Murchison (CM)

Os condritos carbonáceos são um tipo particular de condritos. Apresentam um teor elevado de carbono (até 3%), o qual ocorre na forma de grafite, carbonatos e compostos orgânicos, incluindo aminoácidos. Além destes, podem conter água e minerais alterados pela água. Os condritos carbonáceos não são expostos a altas temperaturas, pelo que se apreentam muito pouco alterados por processos térmicos.

Alguns condritos carbonáceos, como o meteorito de Allende, contêm inclusões ricas em cálcio e alumínio (IRCAs). Estas podem estar relacionadas com a condensação inicial da nebulosa solar, podendo tratar-se dos minerais mais antigos formados no Sistema Solar. Alguns condritos carbonáceos primitivos, como o condrito-CM de Murchison, contêm minerais pré-solares, entre os quais carboneto de silício, e pequenos diamantes de dimensões nanométricas, os quais obviamente não se formaram no nosso Sistema Solar. Estes minerais pré-solares foram provavelmente formados em explosões de supernovas ou na vizinhança de uma gigante vermelha e depois incorporados na nuvem molecular da qual a nebulosa solar se separou dando origem ao nosso Sistema Solar. Nestas explosões são produzidas ondas de pressão, as quais podem consolidar nuvens moleculares na sua vizinhança, o que pode levar à formação de novas estrelas ou de sistemas estelares.

De acordo com a sua composição química, os condritos carbonáceos dividem-se nos grupos CI, CM, CV, CO, CR, CK e CH :

  • Condritos-CI designados após o meteorito de Ivuna (Tanzânia), têm alto teor de água (até 20%), bem como de vários compostos orgânicos incluindo aminoácidos. No decurso da sua existência nunca foram aquecidos a mais de 50 °C, e podem ter-se formado no sistema solar exterior. Possivelmente faziam parte de antigos cometas. Não contêm côndrulos visíveis, que terão sido destruídos pela água.
  • Condritos-CM (Mighei, Ucrânia) semelhantes aos condritos-CI na sua composição química, mas contêm menos água. Contêm côndrulos visíveis e frequentemente IRCAs. Podem também ter sido formados no sistema solar exterior.
  • Condritos-CV (Vigarano, Itália) são similares aos condritos normais em composição química e estrutura, mas ao contrário deles, apresentam vestígios de água e compostos orgânicos. Estes condritos apresentam côndrulos bem visíveis e numerosas IRCAs.
  • Condritos-CO (Ornans, França) com composição química idêntica aos condritos-CV. Contudo, são mais escuros e exibem côndrulos muito menores e muito menos IRCAs.
  • Condritos-CR (Renazzo, Itália) assemelham-se aos condritos-CM, mas contêm também níquel e sulfureto de ferro. Estudos espectroscópicos mostram concordância entre a sua composição e aquela de 2 Palas, o segundo maior asteroide da cintura de asteroides. É possível que estes condritos tenham origem neste corpo celeste.
  • Condritos-K (Karoonda, (Austrália) possuem alto teor de magnetite que lhes confere uma aparência exterior preta e lisa. Contêm grandes côndrulos e ocasionalmente IRCAs.
  • Condritos-H - possuem um teor elevado de NiFe, frequentemente superior a 50%.