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Cadija binte Cuailide | |
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Nome e títulos de Cadija em cúfico | |
Nascimento | 555 Meca |
Morte | 22 de novembro de 619 (64 anos) Meca |
Etnia | árabe |
Progenitores | Mãe: Fátima Pai: Cuailide |
Cônjuge | Maomé |
Religião | islã |
Cadija binte Cuailide (em árabe: خديجة بنت خويلد; romaniz.: Khadijah bint Khuwaylid), Cadija Alcobra ou Cadija, a Grande (Khadījah al-Kubra),[1] mais conhecida apenas como Cadija, foi primeira esposa do profeta muçulmano Maomé e primeira pessoa a se converter à religião pregada pelo marido. Ela é comumente reconhecida pelos muçulmanos como "Mãe dos Crentes" (Umalmuminim).[2] Foi uma das figuras femininas mais relevantes do islã ao lado da filha Fátima e permaneceu monogamicamente casada com Maomé por mais de 25 anos.[3] Era a mais próxima dele e vários hádices narram que era a mais confiável e favorita entre todos seus casamentos.
Cadija era filha de Cuailide do clã Assade dos coraixitas e Meca e Fátima, membro do clã Banu Hachem da mesma tribo.[4] Ela nasceu em Meca, provavelmente em 555.[5] Antes de casar-se com Maomé, casou-se duas vezes com Abu Hala Malaque ibne Nabaxe ibne Zarrara ibne Tamimi, um cliente do clã mecano de Abdal Dar de quem provavelmente se divorciou — uma prática comum em Meca — e Utaique/Atique ibne Aide ibne Abedalá do clã Maczum, que diz-se que faleceu e deixou-a viúva. A ordem dos casamentos é debatida, mas talvez casou-se primeiro com Abu Hala e então Utaique e isso talvez se confirma pelo fato de Alçaíde ibne Abi Alçaíde, sobrinho do último, tornar-se parceiro de negócios de Maomé. Com Abu Hala, Cadija teve duas filhas de nome Hala e Hinde, enquanto que com Utaique teve outra filha chamada Hinda.[6]
Diz-se que alimentava e vestia os pobres, assistia seus parentes financeiramente e dava dotes de casamento aos casais pobres,[7] bem como que possuía um ídolo de Uza em sua casa.[8] Antes de casar-se com Maomé, também tinha propriedade e pôde envolver-se no comércio. W. Montgomery Watt sugeriu que essa independência provavelmente tem raízes na persistência de antigas práticas baseadas na realeza matrilinear; como exemplo ele cita o fato de a irmão de Cadija, Rucaica, ter uma filha chamada Umaima binte Rucaica.[6] Tornou-se uma mercadora bem sucedida e diz-se que quando caravanas coraixitas reuniam-se para viajar em sua jornada de verão à Síria ou sua jornada de inverno ao Iêmem, sua caravana se igualava as caravanas dos outros mercantes coraixitas juntas. [9] Era conhecida pelos títulos de Amaarate Coraixe ("Princesa de Coraixe"), Taira ("a Pura") e Cadija Alcobra ("Cadija, a Grande").[7]
Ela não viajava em suas caravanas e contratava outros para negociar em seu nome por uma comissão. Em 605 ou antes, precisava de um agente à transação na Síria.[6] Abu Talibe recomendou seu sobrinho Maomé. Sua experiência no lido de caravanas no negócio de Abu Talibe rendeu-lhe os títulos Alçadique ("o Verdadeiro") e Alamim ("o Confiável" ou "Honesto"). Ela envio um dos seus pedindo que fosse a Bostra, na Síria, com suas mercadorias e ofereceu-lhe o dobro do maior valor que já pagou a um coraixita e os serviços de companheiro seu chamado Maiçara. Ele aceitou e foi acompanhado por Maiçara.[10] Ao retornarem, Maiçara fez um bom relato da condução do negócio por Maomé, que resultou no dobro do lucro esperado. Também informou-a que no retorno, Maomé parou para descansar sob uma árvore e um monge que passava, de nome Nestor, informou-o que "ninguém além de um profeta já alguma vez sentou embaixo dessa árvore."[11]
Cadija então consultou seu primo Uaraca ibne Naufal[12] que lhe disse que caso Maiçara estivesse dizendo a verdade, então Maomé era o esperado profeta dos povos. Diz-se que ela teve sonho no qual o Sol descia do céu ao seu quintal, iluminando sua casa, e ao relatá-lo a Uaraca ele disse-lhe para não se alarmar, pois o Sol indicava que o profeta iria agraciar sua casa. A tradição afirma que, nessas circunstâncias, ela propôs o casamento a Maomé, que aceitou. Watt, porém, descarta toda essa hipótese, bem como aquela que Cadija embriagou seu pai para que este consentisse a união.[6]
Ela confiou a um amigo chamado Nafisa a missão de se aproximar de Maomé e perguntá-lo se queria se casar.[13] De início, Maomé hesitou pois não tinha dinheiro para sustentá-la. Nafisa perguntou-lhe se considerava se casar com uma mulher capaz de sustentar-se. Maomé concordou encontrar-se com Cadija, e após esse encontro consultaram seus respectivos tios. O contrato de casamento foi feito pelo tio de Cadija, Anre ibne Assade, enquanto Hâmeza agiu em nome de seu sobrinho. Diz-se que à época Maomé tinha 25 (ou 23/22) anos e Cadija tinha 40 (ou 48). O casal aparentemente viveu por algum tempo num baite (bayt) no dar do sobrinho de Cadija, Haquim ibne Hizam, em Meca.[6] Em 616, os coraixitas declararam um boicote comercial contra aos haxemitas. Eles atacaram, prenderam e baterem nos muçulmanos, que às vezes ficaram dias sem comida e bebida.[14] Durante o boicote, seu sobrinho Haquim levou-lhe comida. Foi por ele que Cadija recebeu Zaíde ibne Harita, que era um escravo da Síria ou que foi comprado em Ucaz.[6]
Foram casados monogamicamente por 25 anos. O casamento contrasta com a prática subsequente de Maomé após a morte de Cadija. A esposa mais jovem de Maomé, Aixa, tinha ciúmes da afeição e lealdade que Maomé mantinha de Cadija mesmo após sua morte.[15] Esse casamento foi um ponto de virada na carreira de Maomé, sobretudo porque alegadamente ela apoiou e encorajou-o, aumentando sua confiança em si e em sua missão.[6][16] Segundo a narrativa tradicional sunita, quando Maomé relatou sua primeira relação do arcanjo Gabriel (Jibril), ela foi a primeira pessoa a converter-se ao islamismo.[17] O casamento provavelmente foi recedido num verso (XCIII.8), "Ele não viu-o necessitado e enriqueceu-o?", pois a riqueza dela permitiu-lhe participar mais extensivamente em operações comerciais, e embora não haja menção de mais missões à Síria, provavelmente continuou a atuar em parceria com Alçaíbe.[18]
Após sua experiência na caverna de Hira, Maomé retornou para Cadija em pânico, pedindo-lhe que o cobrisse com um cobertor. Após acalmá-lo, ele descreveu-lhe o encontro, que confortou-o com as palavras: "Alá certamente protege-o de qualquer perigo, e nunca permitiria ninguém insultá-lo como se fosse um homem de paz e reconciliação e sempre estendeu a mão da amizade para todos."[19] Pouco depois, ela relatou o ocorrido para seu primo cristão Uaraca ibne Naufal e ele declarou que essa experiência era similar aquela de Moisés quando recebeu a lei, ajudando a confirmar a crença de Maomé na genuinidade da experiência.[6] Diz-se que Cadija morreu três dias após Abu Talibe em 619.[20]
Da união com Maomé resultaram seis filhos, dois homens e quatro mulheres. Os dois filhos, Alcacim e Abedalá, faleceram ainda em tenra idade, e há os que acreditam tratar-se de apenas uma pessoa. As suas quatro filhas foram Zainabe, Rocaia, Um Cultum e Fátima.[6]